segunda-feira, 8 de dezembro de 2008






CELEBRAÇAO DA PASCOA DE IRMÃO CARLOS-FRATERNIDADES DE SÃO PAULO-CAPITAL









Caros amigos, amigas, irmãos e irmãs, a Fraternidade Leiga Carlos de Foucauld compartilha com vocês a Celebração do Dia do Irmão Carlos (o dia oficial é sempre o primeiro de dezembro, data da morte-ressureição do nosso mestre espiritual), realizado neste sábado, na Catedral dos Moradores de Rua (uma das obras pastorais e sociais do nosso querido e dedicado padre Júlio Lancelotti), no Bairro do Bom Retiro, em São Paulo, cuja cerimônica foi presidida pelo padre Patrick Clarck, amigo afinado com a espititualidade de Nazaré, precedida de um almoço-lanche no salão daquela instituição. Um convidado para a celebração foi o ex-dependente químico e morador de rua, Márcio Quirino, que nos deu testemunho de sua vivência até se tornar hoje agente pastoral entre os moradores de rua.



Abraço a todos, em nome da coordenação, Carlos Roberto.






segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


FRATERNIDADE SECULAR CHARLES DE FOUCAULD
COORDENAÇÃO NACIONAL


São Paulo, 10 de novembro de 2008.


Irmãs e Irmãos:

O Encontro Nacional se aproxima, e com ele nossa esperança de que a Fraternidade Secular possa aprofundar sua amizade, caminhada e serviço. Para que isso aconteça convocamos todos vocês a que não meçam esforços para estarem presentes uma vez que é um momento privilegiado de nos ver, nos rever, nos conhecer e celebrar.
O tema escolhido na última Ampliada: “VIVER COMUNIDADE: FERMENTO NA MASSA” nos convoca e nos questiona: Em meio às tentativas de desqualificar qualquer iniciativa comunitária e de solidariedade, como manter nossa teimosa rebeldia apostando na fraternidade como opção evangélica nos passos de Charles de Foucauld?
Nos momentos em que a tentação do desanimo e do ceticismo nos assalta, construamos a esperança, reacendamos a chamas da utopia, apostemos nos encontros, acreditemos na força do fermento, sejamos cúmplices na construção do Reino.

Estamos enviando o cronograma do Encontro em Vitória. Optamos por uma estrutura mais simples. Levamos em conta que a maioria de nós vem de atividades cansativas, por isso priorizamos os momentos de encontro, até mesmo com um passeio comunitário para conhecer a bela Vitória.
Padre Waldir da Fraternidade de Vitória com sua experiência na espiritualidade de Foucauld nos ajudará na reflexão sobre o tema.
No mais, a participação de todos e todas será fundamental uma vez que trocaremos experiências que a todos enriquece, também porque elegeremos a nova Coordenação Nacional para o biênio 2009/2010, e teremos em primeira mão as notícias do encontro do Chile que trazem um novo alento para as Fraternidades da América.

Informações úteis

A diária está por volta de R$ 45,00 com café e demais refeições (total R$136,00 todos os dias). Não é necessário levar roupa de cama ou banho. As acomodações são em quartos para duas ou três pessoas. Importante: É necessária a confirmação da participação até o dia 30/12/2008 entrando em contato com a Coordenação Nacional por carta, correio eletrônico ou telefone, pois a casa de retiros se programa para o número exato de pessoas. Traga também uma lembrança, de preferência, de sua região, para a noite do amigo secreto. Para confirmar presença entre em contato com:

Miguel (11) 4823-7039, 4823-2312;
Email: saviprof@ig.com.br
Rua Batista Lion no. 120 CEP 09400-100 Ribeirão Pires – SP
Renato (11) 3258-3823 cel. 95120874
Rua Bela Cintra, 450 apto 147 São Paulo – SP. - CEP 01415-000
Teresinha (11) 47463065
Rua Nossa Senhora Aparecida, 245, ap. 113 – Centro.
Suzano – SP CEP 08675-025


O endereço da Casa de Retiros é: Centro de Treinamento Dom João Batista – Alameda Irmã Neta, s/no. Praia do Canto – Vitória – ES, Telefone (27)3227-5522 E-mail: centrodetreinamento@aves.org.br


ENCONTRO NACIONAL – VITÓRIA ES
22-23-24-25 DE JANEIRO DE 2009

TEMA: “VIVER COMUNIDADE: FERMENTO NA MASSA”
Assessor Pe. Waldir Ferreira de Almeida, da Fraternidade de Vitória


22/01 – Quinta Feira

19h00 – Jantar
20h00 – Abertura e apresentação das fraternidades de base e momento celebrativo (Coord Nacional)
22h00 – Recolhimento

23/01 – Sexta Feira

7h00 – Despertar
7h30 - Momento celebrativo (Fraternidades de São Paulo e Centro Oeste)
8h00 – Café da manhã
9h00 - Tema 1: “O testemunho comunitário hoje a partir de nossa espiritualidade” - Padre Waldir
10h00 – Cafezinho
10h30 – Trabalho em grupo
11h30 – Partilha das discussões
12h15 – Almoço

14h00 – Tema 2: “Comunidade que partilha vidas: a revisão de vida na Fraternidade” Pe. Waldir
15h00 – Trabalho em grupo
16h00 – Cafezinho
16h30 – Partilha das discussões
18h00 – Tempo Livre
19h00 – Jantar
21h00 - Vigília livre.
22h00 - Recolhimento

24/01 – Sábado

7h00 – Despertar
7h30 - Momento celebrativo (Fraternidades do Rio e Minas)
8h00 – Café da manhã
9h00 – Passeio: conhecer Vitória (Fraternidade de Vitória)
16h00 – Retorno
18h00min – Celebração eucarística (Fraternidade de Vitória)
19h00min – Jantar
20h00 – Troca de presentes do Amigo Secreto, festa da Fraternidade.

25/01 – Domingo

7h00 – Despertar
7h30 – Momento celebrativo (Fraternidades do Norte e Nordeste)
8h00 – Café da manhã
9h00 – Noticias do encontro do Chile, outros avisos.
10h00 – cafezinho
10h30 – Avaliação do Encontro, propostas de caminhada, documento final.
- Eleição da nova Coordenação Nacional
12h00- Almoço e partida

FRATERNIDADE SECULAR CHARLES DE FOUCAULD(Regional São Paulo)


Convidamos você, sua família e seus amigos para celebrarmos juntos a Festa do irmão Carlos.



Data: sábado( 06 de dezembro) as 11 horas da manhã


Local: Catedral do Povo da Rua- Rua Djalma Dutra, 3- Bairro da Luz- São Paulo-SP ( Travessa da Rua São Caetano- próximo á Igreja São Cristovão)


Fone: 3228-6223



* Trazer um prato para partilhar após a celebração.




quarta-feira, 5 de novembro de 2008


Informações sobre o Encontro Continental da Fraternidade Leiga- Chile.


ENCONTRO CONTINENTAL
Chile, Janeio de 2009


Queridas irmãs e irmãso:

Entreguemos algumas informações gerais para se preparem para o Encontro Continental, mais adiante enviaremos complementações destas..

O importante, é preparar-se para o encontro tanto nos aspectos de conteúdo como da disposição de nos encontrar. O esforço que se há de fazer é grande, já que estamos distribuídos em uma área geográfica muito grande e temos a barreira dos diferentes idiomas.

Nos encontrar para revisar e melhorar nossos testemunhos de fé e vida, para ver o que acontece nos países irmãos, para ver como podemos caminhar juntos na senda que o Irmão Carlos nos indica, que nos conduz ao nosso bem-amado Senhor Jesus.

Estamos presentes nos vários países:

Fraternidades nas Américas - por sub-região
América do Sul
América Central e Caribe
América do Norte
Argentina
Colômbia
Canadá
Brasil
Costa Rica
Estados Unidos
Bolívia
Cuba
México
Chile
Equador

Perú
Nicarágua

Uruguai
Venezuela



Roberto, nosso responsável continental, nos propoe que todos os dias às 18:00hs, nos unamos em uma oração silenciosa pelo êxito do Encontro, conforme a vontade de Deus Pai e rezemos a Oração do abandono.

Os esperamos.
INDICAÇÕES GERAIS PARA O ENCONTRO

Tema de reflexão:

O que significa ser leigo seguidor do Irmão Carlos na América de hoje?

Para pensar sobre este tema, ler los documentos anexos.


Data: Terça-feira, dia 6 a domingo, dia 11 de janeiro de 2009
É verão, com temperaturas próximas dos 30 graus.

Lugar: O encuentro se realizará na casa de retiros da Paróquia São Caetano, no povoado La Legua. Esta casa se encontra na pre-cordilheira e é perto de Santiago. É usada pelas comunidades populares nos seus trabalhos e retiros. A casa de retiro connta com uma infra-estrutura para alojar comodamente 60 pessoas, num espaço amplo e com piscina.

Preço: Até o momento, ol valor diário por pessoa é de US$15 (R$30,00). Os preços definitivos só os teremos em setembro. Cremos que não variará muito.

Viagem: Só há um aeroporto em Santiago - Chile, o que nos permite uma maior coordenação na recepção e translado das delegações. Para isso, necessitamos que nos avisen com antecedência o dia e horário de chegada do vôo.

Vistos: O Chile tem relações com todos os países do continente e, no caso dos países do cone sul, não se requer visto de ingresso no país. Se algum país requer algum documento especial para a viagem, encaminhe-nos a solicitação o quanto antes, para que possamos transmiti-los.

Roupas: O encontro se realizará em, pleno verão, e portanto convém trazer trajes leves para o dia. Pelas manhãs e à noite a temperatura baixa. No geral elas oscilam entre 10 a 30 graus. Como estaremos ao pé da cordeilheira, as temperaturas caem um pouco mais. Em breve enviaremmos informações mais detalhadas.

Delegados: Tomaremos as mesmas indicações dos encontros internacionais:
- 2 delegados por país de 1 a 5 fraternidades
- 3 delegados por país de 6 a 20 fraternidades
- 4 delegados por país com mais de 21 fraternidades
Cada delegado tem direito a um voto.
Nos parece melhor, ao menos dois (02) delegados por país, (também para os países com só 01 fraternidade), porque quatro ouvidos escutam mais que dois! E as informações transmitidas por duas pessoas são mais objetivas.

Também há a possibilidade de se enviar observadores, que não têm direito de voto, mas podem participar do encontro.


Método de trabalho:

O Encontro se desenvolverá privilegiando as experiências mais do que as reflexões intelectuais. O encuentro ocorrerá em diferentes planos:

ü Serviço: A casa de exercício conta com a infra-estrutura para alojar mais de 50 pessoas. Criaremos equipes de serviços que se encarregarão da compra e preparação de alimentos, e de secretaria. Os serviços de organização das refeições, limpeza da cozinha, ordem e manutenção da casa estarão a cargo dos delegados. Como também a preparação e realização de orações e celebrações litúrgicas. Em resumo, trataremos de viver como em Nazaré, compartilhando e orando o dia-a-dia.

ü Encontro com Deus: O Encontro começará com uma experiência de deserto. Cremos que é a melhor forma de se iniciar o encontro: colocando todos nossos sentidos en escutá-LO, a Jesus. Queremos que esta experiência continue nas orações diárias e nas celebrações que realizaremos durante o encontro.

ü Encontro com as irmãs e irmãos: na medida do possível, trataremos de privilegiar o trabalho em grupos pquenos e a apresentação das conclusões em assembléias (plenárias). Evitaremos os grandes discursos e priviligiaremos as conversas pessoais que nos levem ao essencial, tratando de chegar a conclusões e propostas para o futuro. Teremos três dias de trabalho – temos que aproveitar o máximo. É pouco tempo e há muito o que falar e reletir.

ü Encontro com as Culturas: Fica a critério de cada um mostrar algo da cultura de seu país. Faremos espaços para isto. É importante conhecer como vivemos para compreender o testemunho de cada um.

Ao final, teremos um encontro com a família de Foucauld do Chile, para o qual convidaremos todas as irmãs e irmãos que não puderam participar do encontro.

Estas são as linhas de trabalho que desenvolveremos. Estão centradas em fazer visível ante nosso olhar as experiênxcias de testemunho de cada um e de cada fraternidade. Esse é o caminho que nos indica o Irmão Carlos.

Para apoiar as comunicações da Fraternidade das Americas, criamos o site http://www.tamanrasset.cl/ para canalizar as informações e para para gerar laços de comnunicação entre nossas fraternidades. Nela há um espaço para o encontro continental. Temos a barreira dos idiomas e para superá-la necessitamos de ajuda, sobretudo no inglês. Para comunicações gerais, receber contatos e consultas temos o e-mail fraternidadchile@gmail.com ou através do site.

Nos enviem informações sobre as fraternidades, as incorporaremos na página web.


Programa:

A recepção das delegações se fará segundo a data de chegada que nos indiquem antecipadamente. Aquelas delegações que cheguem até segunda-feira, se alojarão com famílias de nossas fraternidades e com alguns sacerdotes que se ofereceram para ajudar na acolhida.

Na terça-feira, 6, nos transladaremos para a casa de retiro para dar início ao nosso encontro. O primeiro dia estará destinado a nos conhecer, nos instalar e repartir os serviços da casa e do encontro.

Na quarta-feira, 7, será um día de deserto, um día destinado a encontrarmo-nos de forma direta com o Senhor.

A quinta, sexta e sábado estarão destinados ao trabalho e a reflexão.

No domingo, 11, teremos nossa celebração final, o encontro com a família do Chile e o envio das delegações. Serão disponibilizados alojamentos para as delegações que retornem a partir de segunda-feira.


Comunicações:

Para apoiar as comunicações da Fraternidade das Americas, criamos o site http://www.tamanrasset.cl/ para canalizar as informações e para para gerar laços de comnunicação entre nossas fraternidades. Nela há um espaço para o encontro continental. Temos a barreira dos idiomas e para superá-la necessitamos de ajuda, sobretudo no inglês. Para comunicações gerais, receber contatos e consultas temos o e-mail fraternidadchile@gmail.com ou através do site.

Nos enviem informações sobre as fraternidades, as incorporaremos na página web.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008


Lançamento da Agenda Latino -Americana Mundial 2009


"" Para um socialismo novo a utopia continua"



-Palavras do Irmão Companheiro Dom Pedro Casadáliga:



"Mais uma vez a nossa Agenda nos convida a assumirmos 'o que deve ser feito'; isso significa a palavra "Agenda.

No lançamento nos encontramos, de perto ou de longe, tantos companheiros e companheiras da caminhada; uma tribo de utopia e de solidariedade, de compromisso com o Reino e suas causas, de renovada militância política e social.

A Agenda nos convoca sob a memória dos mártires e de todos e todas que nos acompanham como a nuvem luminosa pelo deserto.

Somos utopia e fazemos questão de ser.O subtítulo desta Agenda de 2009 nos recorda que "a utopia continua".Nada, ninguém,pode nos proibir de sonhar, de assumir, de esperar, "contra toda a esperança, esse Mundo Novo Possível.

Queremos socializar a vida,a história, numa democracia que seja econômica, política, cultural.Por que não "um socialismo novo"?Local e global, desde as próprias identidades para a grande identidade fundamental que é nossa condição humana, nossa condição de filhos e filhas de Deus.

Seguimos, seguiremos, Unidos e esperançados, radicais e livres, contra toda discriminação e exclusão, no campo e na cidade, no nosso Brasil e com toda a Nossa América.

O lançamento este ano, aí em São Paulo, é também uma proclamação agradecida da vida e testemunho de nossa Lília, madrinha da Agenda Latino-americana e universal.

Irmãs, irmãos, a festa é nossa, o Evangelho é dos pobres. E vocês já sabem o poema:

Somos pobres, porém somos a maioria, somos o futuro.

Como o irmão Parkinson incluído, abraço a toda tribo"agendada", com uma infinita ternura e sem medo de sermos socialistas novos...

Deus e o povo, a história e o Evangelho, o Reino, gente querida, que é o sonho de Jesus de Nazaré"


Além da fala ternura e estimulante de Dom Pedro Casaldáliga( que foi também um dos homenageados) o momento celebração-lançamento da Agenda homanegeou várias homens e mulheres que, irmanados na agenda de um novo mundo, criaram e criam novas formas de expressão concreta da utopia que nos anima na nossa luta.

Dentre eles, o idelizador da Escola da Ponte,em Portugal, Professor José Pacheco, , a juiza brasileira Dora Aparecida Martins, da Associação de Juizes pela Democracia, os catadores de materiais recicláveis da cooperativa "Reciclando a Esperança", o Professor Ariovaldo Umbelino e o Jornal Brasil de Fato.


Representando a Fraternidade Leiga Charles estavam Nicomedes, Naldo e Regina.


Para adquirir a agenda ou organizar ato de lançamento da mesma, entrar em contato com a Editora Ave Maria: http://www.avemaria.com.br/

Tel: 11-38231060





Notícias da Fraternidade de Vitória-Espírito Santo


Vitória, 26 de outubro de 2008.

À Coordenação Nacional da Fraternidade Secular Charles de Foucauld
At. Miguel Savietto e demais membros da Coordenação Nacional/SP



Caríssimos irmãos e irmãs,

Em atenção a Circular enviada por essa Coordenação, datada de 8/09/08, informamos que em reunião da Fraternidade (Grupo-Vitória,ES), indicamos o nome de Miguel Savietto, para Coordenador Nacional , vez que tem conduzido esse trabalho com sabedoria e fidelidade, sempre nos animando a vivermos a radicalidade da proposta do Irmão Carlos de Foucauld.

Quanto ao representante para o Encontro Continental, informamos que nenhum integrante do nosso grupo manifestou interesse em participar desse Encontro ,a ser realizado no Chile, em janeiro próximo.

Para ciência dessa Coordenação, informamos que foi escolhida, nesta data, para Coordenar a Fraternidade (Grupo-Vitória, ES), a nossa querida irmã Isabel Barreira, por dois anos, a partir do próximo mês.

Oportunamente, enviaremos a relação de nomes dos integrantes da Fraternidade (Grupo Vitória,ES), com os respectivos endereços, solicitada por essa Coordenação Nacional.

Na espera do Encontro Nacional, despedimo-nos, fraternalmente, continuando à disposição de bem servir os irmãos e irmãs, dessa Coordenação Nacional.


FRATERNIDADE LEIGA CHARLES DE FOUCAULD (GRUPO VITÓRIA/ES)
(Presentes à reunião, nesta data: Augusto César, Dalva Vênancio; Eliete Boni, Isabel Barreira, Lindinalva Marques, Penha Meneguci, Terezinha Barreira, Pe. Waldyr Almeida)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008


CURSO DE VERÃO 2009

ARTE E EDUCAÇÃO POPULAR


Apresentação


O CURSO DE VERÃO é um programa de formação popular no campo sócio-cultural, a partir da realidade e dos seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral e do compromisso cristão na sociedade. É um espaço ecumênico e inter-religioso de convivência, partilha, troca de experiências, celebração e compromisso.


Acolhe participantes empenhados na busca da unidade entre cristãos e entre homens e mulheres de toda a família humana, no esforço para se transformar as pessoas e a sociedade na linha da justiça e da solidariedade.


É um curso realizado em MUTIRÃO: pessoas, famílias, comunidades, movimentos populares e instituições educativas e religiosas colocam-se gratuitamente a serviço de sua preparação ao longo do ano e de sua realização no mês de janeiro na PUC de São Paulo.


É um curso organizado para um grande número de participantes vindos de todas as regiões do Brasil e mesmo de países da América Latina, do Caribe e de outros continentes. Oferece, ao mesmo tempo, uma atenção muito pessoal a cada participante que é acolhido em grupos menores, dentro da metodologia da Educação Popular.


Em 2009, o XXII Curso de Verão inaugura uma NOVA FASE, com inovações no seu formato, que será mais compacto, com a duração de oito dias e, na sua metodologia, que buscará maior integração entre reflexão e espaços de criatividade.Em 2009, o tema é ARTE E EDUCAÇÃO POPULAR, buscando aprofundar e sistematizar uma das marcas registradas do Curso de Verão: o entrelaçamento entre criatividade e rigor discursivo, emoção e reflexão, beleza e compromisso.


Destinatárias/ os


O CURSO DE VERÃO é um programa de formação popular no campo sócio-cultural, a partir da realidade e dos seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral e do compromisso cristão na sociedade. É um espaço ecumênico e inter-religioso de convivência, partilha, troca de experiências, celebração e compromisso.


Conteúdo / Assessoras/es


- a) Arte e Educação: mapeando experiências e reformulando práticas e conceitosDan Baron - Escritor, diretor de teatro, arte-educador popular, coordenador da Associação Internacional de Drama, Teatro e Educação (IDEA) e do Instituto Transformance, Cultura e Educação. Florianópolis, SC.Manoela Souza - Arte-educadora, coordenadora do Instituto Transformance, Cultura e Educação e da Rede Brasileira de Arteducadores (ABRA). Florianópolis, SC.- b) Celebrar com arte, emoção e compromissoLusmarina Campos Garcia - Liturgista, Pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), prestando serviços ao Conselho Mundial de Igrejas em Genebra.- c) Salmos de ontem e de hoje - Orar ao som e ritmo de violões e atabaquesDr. Marcelo Barros - Monge beneditino, biblista e escritor. Goiás, GO.Zé Vicente - Poeta popular, músico e compositor.Fortaleza, CE.


Custos e Bolsas*


Inscrição: R$ 150,00. Para quem pagar até 19-12-2008, há um desconto: R$ 135,00.Alimentação: 15% do valor do salário mínimo vigente no mês de janeiro de 2009.Os participantes são acolhidos gratuitamente, para jantar, dormir e tomar o café da manhã, por famílias e comunidades envolvidas no mutirão.* A comunidade ou movimento que confirmar a presença de 05 participantes, pagará 04 inscrições.


Data


11 a 18 de janeiro de


quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Durante o dia 24 de agosto, as fraternidades da região de São Paulo, vivenciaram a sua experiência de deserto anual, no Sítio dos Anjos!Padre Leonardo, espiritano, com sua jovialidade e sabedoria facilitou este importante momento de vivência espiritual das nossas fraternidades! O deserto manteve a sua dinâmica de um bom tempo para o silêncio e partilha da experiência vivenciada no deserto..mas também assegurou algum momento para troca de informações das fraternidades, notícias nacionais e de partilha dos risos, do carinho, da escuta, dos alimentos, do cotidiano das nossas vidas....Ir ao deserto nao apenas nos permite um encontro com Deus, mas também com nossos irmãos e irmãs das nossas fraternidades! (Legenda Foto: Membros da Fraternidade de Ribeirão Pires: Miguel, Alaíde, Efigênia e Maria Augusta)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008


Segue o relato do Roberto/Gislene sobre a Reunião da Equipe Internacional da Fraternidade Leiga Charles de Foucauld realizada em Spa/Bélgica.........

ENCONTRO DA EQUIPE INTERNACIONAL DA FRATERNIDADE LEIGA CHARLLES DE FOUCAULD
(REALIZADO EM SPA (BELGICA) DE 22 A 30 DE AGOSTO DE 2008)
Roberto e Gislene

Como representantes do Continente Americano, participamos do 1º Encontro da Equipe Internacional, dois anos após a eleição realizada em Arusha, conforme o calendário que naquela ocasião foi estabelecido.
Reunidos em Spa, Bélgica, durante uma semana, Antoinette, Coordenadora da Equipe Internacional, e seu marido Henri, um dos coordenadores europeus ,juntamente com os representantes dos outros continentes, compartilhamos momentos fortes de oração e de aprofundamento da espiritualidade do Irmão Carlos, relatamos um pouco do que se passa em nossas fraternidades, no Brasil e na América, e ouvimos relatos bastante vivos sobre a vida de diversas fraternidades de algumas regiões da Ásia, da Oceania, da África, da Europa e do Mundo Árabe.
Miong-jun, da Coréia, juntamente com o Irmãozinho Pierre, representou a Ásia; o casal Peter e Gertrude, representou a África e o Irmãozinho Michel que seria intérprete, assumiu a representação do Mundo Árabe uma vez que Emad Zakir, do Egito, não obteve o visto para entrar na Bélgica e, dessa forma, não pôde comparecer à reunião. O Padre Jean Pierre Dupont, da Fraternidade Sacerdotal, que vem acompanhando esta Equipe Internacional desde o início, também esteve conosco durante todo o Encontro e, com seu testemunho vivo, ajudou-nos muito na caminhada daqueles dias.
Os coordenadores da Ásia, da África e do Mundo Árabe, a partir de seus relatos, nos deram uma imagem das dificuldades que a maior parte das Fraternidades dos países desses continentes encontra para formar-se e para sobreviver em meio a tantas adversidades sociais, religiosas e econômicas.
Apesar das dificuldades, há razão para muita alegria, pois a Fraternidade floresce por todo o mundo, inclusive na América onde membros das Fraternidades dos Estados Unidos e do Canadá começam, cada vez mais, a responder presente. Quanto ao nosso continente, foi com alegria que todos os participantes receberam a notícia de nosso Encontro Americano, a ser realizado no Chile no próximo mês de janeiro de 2009, entre os dias 06 e 12.
Entendemos que precisamos continuar a orar, muito e cada vez mais, uns pelos outros para que as Fraternidades continuem sua caminhada, em seus diferentes estágios, lá e cá, com base na espiritualidade do Irmão Carlos, sendo “fermento” e gritando o Evangelho com nossas vidas e com nossas ações, mesmo que modestas, em benefício de tantos irmãos. Para tanto, é necessário que estejamos atentos ao que está a nossa volta, a quem está a nossa volta e, sobretudo, aos migrantes e aos imigrantes que, hoje, mais do que nunca, estão por toda parte, em todos os países e continentes.
A Fraternidade européia, muito atenta aos problemas vividos pelos imigrantes em decorrência da globalização e da mundialização, recebeu-nos carinhosamente, proporcionando-nos dias muito ricos de convivência e partilha; ouvindo, apoiando, interrogando e refletindo com cada continente, entre tantas coisas, sobre a necessidade de que as Fraternidades Leigas, em toda parte, tornem-se cada vez mais autônomas no que concerne às questões financeiras, como a criação e a manutenção de nossos “caixas” nacionais e continentais. Da mesma forma foi enfatizada a necessidade do desenvolvimento de atividades e de relacionamentos concretos de solidariedade entre o Norte e o Sul.
Foram, também, bastante discutidas questões relativas ao Boletim Internacional, às relações com o mundo exterior, à necessidade da formação continuada dos membros das fraternidades e da progressão da vida fraterna.
A próxima Assembléia Internacional , em 2012, já começou a ser pensada e deverá tomar impulso com as contribuições de todos os Continentes, a partir do Encontro da Equipe Internacional a ser realizado em 2010, possivelmente na Coréia.
É muito importante registrar que contamos com a preciosa colaboração de nossas irmãs da Fraternidade belga: Joana, Maria e Mariana que assumiram a cozinha durante todo o Encontro e de Nicole que foi nossa tradutora para o Inglês, auxiliando na riquíssima participação de Peter e Gertrude que, de outra forma, poderia ter sido prejudicada.
No dia 30, a Fraternidade da Bélgica veio ao nosso Encontro e pudemos partilhar a Celebração Eucarística e um lanche comunitário antes de voltarmos para o Brasil.
Além das atividades internas, pudemos participar de uma concorrida missa dominical com a comunidade local no Mosteiro Beneditino Saint-Remacle, almoçar em companhia dos monges e, à tarde, visitarmos as minas de carvão de Blegny, hoje felizmente desativadas.
Durante a semana, tivemos ainda a ocasião de visitar, ao anoitecer, o bonito e austero Santuário de Nossa Senhora de Banneux, a Virgem dos Pobres, onde ocorreram as aparições de Maria Santíssima à menina Mariette Beco, em 1933. Nessas aparições, Nossa Senhora pedia-lhe para rezar, rezar, rezar...

Segue a Mensagem Final do Encontro:

Mensagem Final

A Equipe Internacional da Fraternidade Secular Charles de Foucauld, reunida em Spa (Bélgica) de 22 a 30 de agosto de 2008, ouviu o relato dos representantes de cada região e analisou a situação das Fraternidades em cada um dos continentes em que as Fraternidades Leigas estão presentes.
A Equipe Internacional quer, inicialmente, exprimir a sua solidariedade ao representante do mundo árabe, Emad Zakir, o qual, por razões administrativas, não obteve o devido visto e não pôde deixar o Egito para participar da reunião da Equipe Internacional na Bélgica. Nós, os demais integrantes da Equipe Internacional, encaminhamos um documento no qual interpelamos as autoridades belgas a esse respeito.
Nós vivemos momentos fortes de partilha fraterna e eucarística, de oração e de aprofundamento d as intuições de Charles de Foucauld como desbravador e testemunha exemplar da solidariedade Norte-Sul.
Decidimos prosseguir e aprofundar o trabalho nos diferentes continentes, em função das necessidades de comunicação (1) entre nós de modo a favorecer a colegialidade.
A coordenadora da Equipe Internacional, Antoinette Roberti, reconduzida pela Equipe Internacional à mesma função, dedicar-se-á ao bom funcionamento da Equipe, respeitando os compromissos já assumidos pelos continentes em Arusha e reiterados nesta reunião, continuando a assumir a representação da Fraternidade.
Nós encorajamos as Fraternidades a continuarem a dar destaque aos desafios apresentados pela Assembléia de Arusha em 2006. (2)
De modo muito especial, a Equipe Internacional convida as fraternidades a observarem atentamente a situação dos estrangeiros nas suas respectivas sociedades. As Fraternidades deverão procurar partilhar suas análises e reflexões com os coordenadores nacionais e continentais.
Nós encorajamos, igualmente, as diversas formas de parceria entre as Fraternidades do Norte e do Sul, sempre no espírito de eqüidade e de respeito mútuo.
Fraternalmente
A Equipe Internacional Spa, 29/08/08



(1) Reuniões locais, regionais e continentais
Delegação de responsabilidades
Aprofundamento e formação
Caixa nacional e continental
Cooperação com os outros ramos da Família Espiritual.

(2) Os desafios :
- aprofundar em nossas Fraternidades o espírito de escuta e de amizade a fim de que cada um, de onde quer que ele venha, seja reconhecido e contribua para fortalecer a fraternidade
- continuar com toda a lucidez e no respeito mútuo, o diálogo com os muçulmanos, com as outras religiões e com os não-crentes
- intensificar a colaboração com todas as associações que lutam pelo respeito e pelo desenvolvimento de todos os homens, pela promoção da paz e por uma repartição mais justa das riquezas
- criar comunidade no meio em que vivemos, continuando abertos e ecumênicos, respeitando cada cultura em sua diversidade
- seguindo as pegadas do Irmão Carlos, viver plenamente do amor de Jesus, aprofundando sua mensagem, reservando tempo para a oração, partilhando a Eucaristia e vivendo encontros fraternais.

( Legenda da foto: da esquerda para direita:Irmãozinho Michel LeClair do Egito, Henry Roberti da Bélgica,Peter Mbuchi do Quênia, Miong-sun da Coréia, Gertrude Mbuchi do Quênia,Antoinette Roberti da Bélgica,Gislene do Brasil,Roberto do Brasil,Irmãozinho Pierre Avril da Coréia e Padre Jean Pierre Dupont da Bélgica )

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Os 50 anos das Irmãzinhas de Jesus junto ao povo da Tapirapé



( reportagem feita por Liliane Luchin- extraído do site do CMI Brasil - midiaindependente.org)

Falar dos Tapirapé e não falar das Irmãzinhas, ou vice-versa, é omitir parte da história. Há 50 anos as irmãs da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus, da Congregação de Charles de Foucauld, vivem na aldeia Urubu Branco, próximo de Confresa, em Mato Grosso. Três Irmãzinhas chegaram ao Brasil, no dia 24 de junho de 1952, com o objetivo de morar junto com os Tapirapé, numa casa como a dos indígenas, passando a ter a mesma alimentação e o mesmo estilo de vida. "Ir aos esquecidos, aos desprezados, aos que ninguém interessa" palavras da Irmãzinha Madalena, fundadora da Fraternidade. As Irmãs Genoveva, Clara e Denise, quando chegaram à aldeia Tapirapé encontraram um povo com cerca de 50 pessoas, sobreviventes de ataques de seus vizinhos Kayapó. Após estes 50 anos de dedicação e comprometimento com os indígenas, hoje os números são outros: cerca de 500 Tapirapé em sua maioria crianças e jovens, vivem nas aldeias Majtyritãwa, próxima a Santa Terezinha, e Tapi´itãwa, Wiriaotãwa, Akara´ytãwa e Xapi´ikeatãwa, na área indígena Urubu Branco, próxima da cidade de Confresa. O respeito às crenças, ao estilo de vida e aos costumes dos Tapirapé, foi o que fez das Irmãzinhas as principais aliadas deste povo durante todos estes anos. As lutas foram muitas e a determinação destas mulheres ainda maior. "Queríamos viver no meio deles o amor de Deus que não deseja outra coisa senão que vivam e cresçam como Tapirapé" são palavras da Irmãzinha Genoveva, que ainda vive com os Tapirapé. Desde o inicio, deram atenção especial para a saúde, especialmente porque estavam muito expostos ao contágio de doenças levadas pelos não-índios. Era a primeira vez que iam viver em uma comunidade indígena e esta seria também a primeira "fraternidade" estabelecida por elas em solo brasileiro e sul-americano. Muita coisa aconteceu durante esses 50 anos. Os Tapirapé, que pareciam estar próximos da extinção, conseguiram se recompor. Para chegar a essa nova situação foi necessário muita dedicação, muita partilha e mútua aprendizagem. Apesar de alguns surtos epidêmicos, com a chegada das Irmãzinhas a mortalidade foi reduzida e quase que erradicada, por conta dos tratamentos curativos e do controle profilático das doenças, sempre respeitando a maneira de ser dos Tapirapé. Uma história de lutas e conquistas O quase extermínio dos Tapirapé se dá a partir de 1909, quando a população aproximada de 2000 índios foi exposta às doenças trazidas pelos não-índios. Epidemias de gripe, varíola e febre amarela acabaram com duas aldeias. Outro agravante da diminuição e dispersão expressiva dos Tapirapé, foram as disputas que existiam entre os Kayapó que viviam na região. Em 1935, estavam reduzidos a 130 pessoas, e, em 1947, estavam com apenas 59, segundo o depoimento de Herbert Baldus. Foi nesse ano que ocorreu o grande ataque Kayapó. Aproveitando a ausência dos homens que haviam saído para a caça, a aldeia Tampiitawa foi praticamente destruída e várias mulheres e meninas, raptadas. Os sobreviventes procuraram refúgio na fazenda de Lúcio da Luz e junto a Valentim Gomes, recém contratado pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e que vivia próximo à barra do rio Tapirapé. Foi junto a ele que a comunidade resolveu construir a nova aldeia, em 1950. Com a chegada das Irmãzinhas, em 1952, a situação começa a ser controlada. Podemos dividir a história Tapirapé em duas etapas – antes e depois das Irmãzinhas. O trabalho intenso e seu compromisso fizeram com que em 1959 houvesse um controle da mortalidade, por conta da assistência à saúde feito por elas. E em 1968, mais fortes e unidos, os Tapirapé dão inicio à primeira picada demarcatória que se fortalece depois de inúmeras viagens feitas a Brasília em 1975. Não podemos deixar de citar a influência das Irmãzinhas na criação do Cimi, que, em 1974, dois anos depois da fundação, participou ativamente da questão demarcatória das terras Tapirapé. No período de 1976 a 1981 acontece um fato marcante e histórico, o nascimento de 50 crianças. E em 1979 não foi registrada nenhuma morte na aldeia. Mas o processo de demarcação de terras era, e ainda é, muito lento. Desde o inicio, os órgãos do governo responsáveis pela questão indígena se omitiram. A Funai prometeu demarcar todas as terras Tapirapé até 1981, e ainda hoje 50 por cento destas terras estão ocupadas por não-índios. Atualmente os Tapirapé vivem em duas áreas demarcadas e regularizadas, porém, a Área Urubu Branco tem sérios problemas de invasão. Apesar de oficialmente demarcado, o território Urubu-Branco encontra-se invadido por oito propriedades de não-índios e pequenos posseiros, restando aos indígenas a posse efetiva de 158,000 hectares, apenas 50 por cento de suas terras. Liderados por Marcos-Xako’iapari, desde 1983 o povo vem desenvolvendo um processo de reconstrução da auto-estima, exercendo o direito à cidadania e de etnia diferenciada, assegurando a herança ancestral. Hoje, a população Tapirapé é de mais de 500 índios. Contam com uma escola estadual de ensino fundamental e estão pleiteando a implantação do ensino médio. Há professores que já terminaram o terceiro grau e outros que estão freqüentando o terceiro grau indígena. Apesar das interferências da língua portuguesa, os Tapirapé conservam a sua própria língua. As crianças até cinco ou seis anos são monolíngües e apenas na quarta série começam a estudar o português na escola. A saúde é atendida pelo distrito de saúde indígena. Mesmo depois de todas as ações criminosas sofridas por eles, o povo Tapirapé garante: " A luta não vai parar, conclamamos a todos à busca da justiça e o fim da postura arrogante do governo federal pela insistência em manter a política colonizadora, que desrespeita os direitos constitucionais dos povos indígenas" afirma o cacique Xario`i . Os 50 anos com Genoveva Genoveva é a única Irmãzinha que continua vivendo entre os Tapirapé. Desde 1952 quando chegou à aldeia, Veva, como é conhecida, nunca mais saiu de perto dos Tapirapé. Nascida no dia 19 de agosto de 1923, em Valfraicourt, um lugarejo da França, Génevève Hélenè Baoyé, simplesmente Veva, chegou no Brasil em 1952, para viver com os Tapirapé. Antes de vir para o Brasil Veva teve de suportar os quatro anos de ocupação alemã na França. Vivia numa das regiões mais afetadas pela segunda guerra, na fronteira com a Alemanha. Como os irmãos estavam no front, trabalhava na roça para sustentar a família. Veva, com uma aparência frágil, cabelos brancos, há muitos anos acorda todos os dias antes do sol para cuidar da pequena roça que cultiva atrás das casas de taipa da aldeia Urubu Branco, a maior do povo. O respeito total à cultura e ao processo histórico deste povo, fez com que os Tapirapé se salvassem e se multiplicassem , tornando-se um povo alegre e seguro. Uma das características destas Irmãs é de optarem por viver sempre entre os mais abandonados e excluídos. Quando foram reagrupados em 1950, os Tapirapé estavam sem ânimo para lutar pela reconstituição do seu povo e começavam a pensar que seu sistema de vida era ruim e deveriam abandoná-lo. As Irmãzinhas queriam devolver àquele povo a vontade de viver, assumindo sua cultura e fazendo tudo o que faziam, sem julgar se aquilo estava certo ou errado.Hoje, aos 78 anos e mais de seis malárias no currículo, Veva completa 50 deles vivendo com os Tapirapé. É a única Irmãzinha que permanece na aldeia desde o começo da missão. Vive hoje numa casa como as outras, em companhia de duas Irmãzinhas, Odila e Elizabette. A festa Após 10 anos da não realização da Festa da Cara Grande, os Tapirapé decidiram que a celebração das Irmãzinhas deveria coincidir com esta festividade. Para surpresa de todos, foi convidada Irmãzinha Clara, que atualmente vive na Rússia, para participar dessa comemoração, ela que havia deixado a aldeia há quase 50 anos. Passamos agora a palavra a ela, reproduzindo seu belo relato, de alguém que conheceu um povo à beira da extinção e que agora encontra uma comunidade cheia de vida e de esperança: " Que emoção! Eis que me encontro no pequeno aeroporto de Confresa, onde nos espera Irmãzinha Odila. Logo reconheço a montanha do Urubu Branco, tão querida dos Tapirapé e que conhecia apenas de foto. Nos dias subseqüentes vão voltar com insistência as histórias da retomada da antiga terra, depois de mais de 50 anos... São as cerâmicas encontradas no mato, as pedras dos fogões, as macaubeiras... O caminhão que tomamos, nos deixa na aldeia, diante da casa das Irmãzinhas e me reencontro com Genoveva, que não havia visto há 40 anos e Elizabeth, há 44 anos! O formato da aldeia é o mesmo da anterior, mas em contrapartida é dez vezes maior. A Fraternidade se encontra no interior desse círculo, que envolve a takãra, a casa dos homens, que é também a casa das festas e dos espíritos. Está construída no sentido Norte-Sul e as portas foram abertas para o nascente e para o poente, segundo a tradição tapirapé. Rapidamente e sobretudo à medida que o sol vai se pondo, percebo o grande número de moradores. A aldeia fervilha de crianças de todas as idades e me faz lembrar meu último sonho do paraíso, quando, ao cair da tarde, vi sair da mata, dançando, centenas de Tapirapé... Na realidade, não tinha certeza se estava bem desperta ou se aquilo que estava vendo era um sonho... Esta sensação irá me acompanhar em toda minha estadia. Os velhos logo vêm me saudar. Felizmente as Irmãzinhas me ajudam a lembrar seus nomes ou me dizem seus novos nomes, pois os Tapirapé costumam trocar de nome pelo menos três vezes na vida. A gente se abraça! Um deles, Cantídio-Taywi, me diz sem rodeios: "Clara mudou muito." Eles também mudaram bastante e o principal é que "a gente se reconhece". Como isso é bom! Marcos-Xako’iapari, o antigo cacique, e que deve ter mais de 80 anos, toca nos meus cabelos brancos e me diz: "Clara está velha como eu." E acrescenta: "Minha cabeça não está mais boa e será logo o fim", e dá uma boa gargalhada!... Ele me faz lembrar todos os sábios que encontrei em minha vida... Será que já não me lembrava de que eram tão numerosos? Com freqüência recordava a última cena do filme A Missão, com aquela canoa com mulheres e crianças Guarani, sobreviventes de um massacre, e que me fez chorar, lembrando do que havia ocorrido com os Tapirapé... Na aldeia de Urubu Branco há cerca de 250 pessoas, a metade com menos de 12 anos. Hoje, por causa da festa, muitos vieram das outras quatro aldeias e a população total deve chegar a um pouco mais de 500 pessoas. Apenas nessas duas semanas que passei com eles, nasceram mais quatro. Que vitalidade! Que beleza! Com algumas exceções, eles transpiram saúde. Os jovens são bem maiores que seus pais e as moças são muito bonitas. Atualmente há mais moças que rapazes e isso deverá criar problemas. Será que a vida deles mudou? Aparentemente parece que o relacionamento entre eles e as Irmãzinhas continua o mesmo. E os encontramos sentados nos troncos de árvore e nas carapaças de tartaruga, como antigamente. À noite há o mesmo céu com o Cruzeiro do Sul e o mesmo luar... Algumas vezes, quando há gasolina para o gerador de energia, algumas lâmpadas, penduradas no pátio, clareiam o ambiente. Apesar dos botijões de gás que há em várias casas da aldeia, as mulheres continuam cozinhando em seus fogões à lenha, localizados atrás das casas, onde toda família se junta para comer. Mas o que fez mudar o aspecto da aldeia foram as roupas a secar nos varais, amarradas nas árvores. Roupa muito limpa – calções, sutiãs e camisetas –, com as mais variadas marcas, desde Coca-cola até o nome de políticos da região... A limpeza reina também no interior das casas, com as panelas brilhando pela ação do Bom-Bril. Logo entramos no ritmo das festas, festas que começam no período da estiagem, cujo ponto culminante é a festa da Cara Grande. Geralmente esta festa é por volta do dia 24 de junho. Pela primeira vez, desde 1947, o ciclo completo das festas será realizado na aldeia de seus antepassados, agora retomada. É um ano muito importante para eles (e para nós também!!!). Durante uma semana os cantos e as danças vão se suceder, muitas vezes durando a noite toda, até o desaparecimento da última estrela. Impossível descrever todas as festas. O que chama a atenção é o ambiente de festa. Durante dias seguidos e o dia todo, em todos os cantos mulheres, agachadas, fazem as pinturas no corpo dos homens, dos rapazes e das moças, com desenhos geométricos, cada um com seu significado, incluindo os xire’i (isto é, adolescentes que se preparam para os rituais de iniciação à vida adulta) com o corpo todo pintado de preto. As danças são realizadas pelos homens mais novos, preparados pelos mais antigos, que nesse ano fizeram um grande esforço, conscientes de que são os depositários das tradições de seu povo. A dança é feita geralmente pelos homens, que se colocam em fila indiana, perto da entrada do nascente da tãkãra, magnificamente pintados e enfeitados, com seus arcos e flechas, acompanhados pelos "espíritos ancestrais dos Tapirapé", que estão vestidos de uma roupa feita de folha de palmeira verde ou seca, que faz um ruído característico, ao menor movimento. Nos divertimos em contar os participantes homens (jovens e adultos): eram 84. Havia dia em que chegavam a 110! Isso me faz lembrar o ano de 1952, quando eram apenas 47 pessoas!... Algumas vezes as danças se transformavam em disputas: a eterna luta contra seus inimigos tradicionais, como os Karajá, os tori (os não-índios) e sobretudo os Kayapó. Estes, representados por um grupo de Tapirapé disfarçados, parecem inicialmente vencê-los, mas são dominados e levados como prisioneiros para a casa dos homens. No final há a dança da vitória. Numa das manhãs, ao nascer do sol, houve a festa da liberação dos espíritos, quando estes saem pela aldeia, sendo perseguidos pelas moças, que procuram agarrá-los para dar-lhes o cauim, que irá apaziguá-los. Houve também a refeição ritual, que é um apelo à unidade dos diferentes grupos rituais, cada um com o nome de um pássaro. Nesse dia, os rapazes levam à tãkãra grandes panelas, bacias e cestos cheios com banana, carne de porco-do-mato, farinha de mandioca e cauim. Quando o grupo é maior, como agora, a festa ocorre no pátio da aldeia. A última noite foi consagrada à festa do kawio, bebida fermentada, ao redor da qual as danças se prolongam por muitas horas, visando espantar os espíritos maléficos, simbolizados por essa bebida ácida. Duas casas são escolhidas para o ritual: uma ao norte e outra ao sul da casa dos homens. A escolha dessa última recaiu justamente sobre nossa Fraternidade, pois na casa escolhida havia falecido uma mulher há pouco tempo. Dessa vez a roupa dos tori (não-índios), que as mulheres Tapirapé costumam usar, desapareceu completamente. Enfeitadas de maneira tradicional, elas dançam em volta dessas duas casas, enquanto que os homens permanecem no interior das mesmas, em torno das panelas de cauim. Marcos-Xako’iapari parece estar tomado de uma grande força interior, o que nos comove muito. Descobre que ele e Joana-Ataxowoo são os únicos capazes de transmitir a riqueza dessas tradições que estão correndo o risco de desaparecer completamente. Os jovens procuram segui-los, observando-os com atenção, imitando-os e gravando tudo. Nos dias subseqüentes, ouvimos suas vozes por toda parte, seguidas da voz dos jovens que repetem as palavras e as melodias. Foi realmente o triunfo Tapirapé. Mais uma vez, Marcos liderou um último rito, que está quase desaparecendo e que tem por finalidade fazer uma espécie de redistribuição das riquezas. É o encerramento das festas. No dia seguinte ao da dança do kawio, bem cedinho, ele vem com Tokyna, sua mulher, buscar a panela do kawio que ficou em nossa casa e a leva, cantando de casa em casa. O chefe de cada família bebe um gole de cauim, cuspindo em seguida, enquanto que os demais têm o direito de tomar um pouco do cauim que sobrou e ao mesmo tempo de pedir ao dono da casa tudo o que querem. Marcos dá o exemplo e se vê despojado de muitos de seus bens. Outras lideranças o seguem, mas nem todos têm essa coragem. Como diz Irmã Odila, nesse ritual "há ao mesmo tempo desprendimento e audácia que podem causar admiração ou medo". Cama, colchão, cadeira, fogão a gás, pasta de urucum, arara, galinha mudam de proprietário em apenas uma manhã! Uma exposição de fotos ampliadas pela Irmã Edith, que infelizmente teve de deixar a aldeia antes da festa que ela tanto se empenhou em preparar, fez muito sucesso e levantou muitos comentários. Evocava a vida desses 50 anos e muitos reconheceram aqueles que já se foram. À noite houve a projeção de dois vídeos históricos, que teve o poder de reunir num minuto toda a aldeia: o filme do Padre Voillaume, que esteve com Irmãzinha Madalena em 1953 e um outro, de 1955. Não conseguia imaginar a quantidade de crianças que estavam à nossa frente, sentadas nos primeiros lugares. No dia seguinte, após as festas, começa a partida... pois é impossível alimentar por muito tempo 500 pessoas! Com todas as coisas novas que estão chegando à aldeia, o futuro parece inquietar as Irmãzinhas. Mas acredito que são eles realmente os construtores de seu futuro juntamente com Deus. As Irmãzinhas, que encontrei na aldeia, certamente escreverão um outro relato, depois de tantos anos de presença no meio deles. Eu as agradeço por me terem convidado e por terem partilhado comigo tanta coisa que me ajudou a reencontrá-los, ficando no meu coração apenas um canto de ação de graças. "Que beleza!" é a única coisa que consigo repetir o tempo todo." Fonte:Cimi
( na foto aparece Genoveva, com outra irmãzinha e o cacique dos Tapirapés Marcos( já falecido)

Relato dos Irmãozinhos de Jesus( Santiago-Chile)

**** Para conhecimento de todos e todas um lindo relato sobre a vida dos irmãozinhos de Jesus em Santiago Chile.....

Relato dos Irmãozinhos de Jesus (Benito – Santiago-Chile)

A Fraternidade existe em Santiago desde 1951, fruto de um convite de Santo Alberto Hurtado ao Pe Voillaume. Está situada no norte da cidade, no distrito de Renca. Os três irmãozinhos (Benito, Noel e Elias, que a compõem desde o princípio trabalharam na construção civil. Hoje, os três estão aposentados e, além disso, estão acolhendo ao irmãozinho “peregrino”, Enrique (Henry Bourceret), atualmente muito debilitado de saúde.
“Cada dia, nossa fraternidade busca seu rosto e o forja e o vive de forma inovadora; hoje, todavia, mais que há trinta anos, quando iniciamos neste bairro de Santiago. Naquela época, mais do que hoje, tínhamos um certo ”marco” de referências objetivas, dos quais o aspecto mais comum vinha do nosso trabalho:este tinha e marcava com ritmos nossos dias. Mas, com a idade avançando cada dia, sem pedir permissão, Elias, Noel e eu, tivemos que deixá-lo pouco a pouco, não sem sentir, para nos organizarmos de outra maneira. Quanto a subsistência, felizmente, temos nossa pequena pensão que asseguramos dos nossos anos de trabalho. Isso tem a vantagem de não perdemos nosso meio social, com o qual guardamos vínculos de amizades forjados ao longo dos nossos anos “ativos”.
Mas, em meio desta transformação progressiva que nos impõe os anos acumulados, temos que voltar a criar cada dia o equilíbrio de nossas vidas, nossa doação a Deus, a causa d’Ele, nossa doação aos homens e mulheres. É mais delicado e temos que inventá-lo a cada dia. O Senhor também está vivo e presente, nos traz cada dia sinais aos quais temos de estar atentos. E assim, o sinal maior quem nos deu foi Enrique (Henry). Ao longo de seus anos de “peregrino”, várias vezes o acolhemos, com alegria, aqui no Chile, principalmente nos anos 80. Nesta época, uma vez caiu enfermo, enfermidade profissional de peregrino, já que se tratava de uma dor nos pés, mas se curou e voltou a partir. No início dos anos 90, se encontrava no Paraguai e uma sobrinha, que admira muito seu estilo de vida,tomou a decisão de acompanhá-lo na etapa de sua “aposentadoria” que já se aproximava.Um conjunto de circunstâncias levaram que se escolhesse o Chile para esta nova etapa de vida.E assim, desde 95, Enrique (Henry) e Helena (sua sobrinha) integraram nossa fraternidade. Mais do que ninguém, Elias e Noel, assumiram esta acolhida. Eu, nessa época, estava no Peru, onde em fevereiro de 98 tive uma hemorragia cerebral que me deixou com uma hemiplegia e, depois de vários meses de reeducação, volto pra cá em fevereiro de 99.
Desde então, Enrique e Helena fazem parte da fraternidade. Mas, Enrique se vê afetado da “maior pobreza” cada dia mais: está perdendo a memória e vive em seu universo próprio, bastante distante do universo das pessoas que o rodeia. Essa situação nos levou a organizar nossas forças, no sentido mais profundo da palavra: trata-se não só de organizar nossas disponibilidades para acompanhá-lo, dado que não pode ficar só em nenhum momento, como também de aprender a decifrar os sinais que nos dá o Senhor.
Qualquer um que olha a Enrique, logo se dá conta de sua necessidade de vários cuidados e atenções. Mas, se com isso, ficamos hipnotizados por estas necessidades e desenvolvemos uma atitude assistencialista, corremos o risco de deixar de lado o principal, acentuando sua dependência do outro, sem ajudá-lo a assumir-se, como vivemos normalmente. É um longo e difícil aprendizado para tentar encontrar qual a melhor maneira de ajudar ao outro a ser uma pessoa tão responsável, mesmo quando os recursos pessoais vão se declinando. Nossos próprios limites aparecem constantemente. Neste conjunto de questionamento, misturado às exigências constantes de atenção às verdadeiras necessidades de Enrique, sem possibilidade de um verdadeiro diálogo com ele, que faz com que seu acompanhamento seja esgotante para quem quer que seja; ainda assim, nos faz refletir a cada dia mais sobre a verdadeira dignidade da pessoa. Além de Helena, são principalmente, Noel e Elias quem assumem esta tarefa, central na caminhada de nossa fraternidade.
Este acompanhamento, como já dizia central em nossa Fraternidade é, no entanto, por suas exigências, muito exaustivo para qualquer um e finalmente para todos, assim como Helena também o sente. Isso a levou a buscar uma casa de repouso, onde acaba de conseguir por estes dias. Tanto ela como Enrique chegaram a convencer-se que tal solução podia ser mais oportuna e segura para os dois.
Por agora, Enrique parece acomodar-se bem a sua nova casa e o pessoal desta casa parece não desanimar-se pelo estado de enfermidade de Enrique. Felizmente, sua irascibilidade se expressa em maior parte em francês, o que tem certas vantagens. Esperamos que isso possa estabilizar-se com o tempo.Tanto Helena, como nós, mantemos contatos com Enrique, seja visitando em sua casa de repouso, seja convidando a vir a fraternidade com certa regularidade para partilhar algum almoço e um tempo com ele. Fica para nós o desafio de construir as modalidades concretas desta situação, que sejam viáveis para todos.
Finalmente nossa fraternidade, ainda vivendo a evolução de seus problemas próprios, busca também não perder sua razão de está presente aqui neste bairro, vivendo com e para a gente que nos rodeia, ficando atento aos seus problemas. Aqui encontramos outro sinal do Senhor: Depois de várias visitas, para nos conhecer um pouco, durante as vésperas de Pentecostes de 2005, nos tocou acolher em nosso meio, Rodolfo Botto, um jovem (33) de Quilpué, ao lado de Valparaíso, que tem esse desejo raro de consagra-se ao Senhor caminhando como pobre entre os pobres, com a ajuda da Fraternidade, no exemplo de Jesus de Nazaré.Viveu conosco pouco mais de dois anos, até agosto de 2007, trabalhando humildemente, segundo seu próprio desejo, em um asilo de idosos, como membro do serviço de manutenção. Mas, além dos serviços práticos que tem que assegurar, tantas salas ou espaços que tem que limpar ou organizar, etc., ou através destes serviços, logo esteve sensibilizado que seu serviço tinha que manter um ambiente humano onde cada idoso merece ser respeitado e, mais ainda, sentir-se amado e por isso,profundamente respeitado. Depois de experimentar ao longo destes dois anos, como em tal caminho poderia realizar efetivamente sua doação ao Senhor, foi fazer um tempo de noviciado com outros irmãos, na Bolívia, onde está atualmente muito feliz.
Aqui, sentimos com força como o nosso país está triste, padecendo fortemente da ausência de razões para viver, o que vem sendo feito elimina-se o valor da pessoa humana por si mesma. A única coisa que tem importância e valor é a rentabilidade econômica: esta tem sua importância, mas, ao constituir-se como única razão de viver, tira da vida humana a alegria, os sonhos e projetos, vistos e calculados unicamente segundo sua rentabilidade econômica. A vida das pessoas torna-se um tanto entediada. Uma vez mais estamos convidados a olhar a pessoa humana tal como Deus a olha, capaz de iniciativa, de amor e de aventura; e a testemunhá-lo em nosso cotidiano que não é especialmente marcado pela rentabilidade econômica.Nesta hora difícil do pais, temos que guardar a esperança que um dia novo se aproxima: é para o parto deste dia novo que temos que trabalhar: é um trabalho de sexta-feira santa. Não somos os donos do resultado, só sabemos, com certeza, que ele virá. Que o Espírito do Senhor lhes encha de uma esperança alegre e inquebrantável.
(Irmãozinho Benito)
(Extraído da Revista “Boletín Semestral de los Hermanos de Jesus”- I Semestre/2008-Número -5)


Um belo artigo extraído da Revista "Mundo e Missão" sobrre Charles de Foucauld..Boa leitura e muita inspiração nos caminhos de "Nazaré"....


Entre Deus e os pobres
por Costanzo Donegana


O dia 1 de dezembro de 1916, Charles de Foucauld é morto por um tiro de carabina nas têmporas por um jovem tuaregue. Havia escrito alguns anos antes: "Pensa que deves morrer mártir, despojado de tudo, estendido no chão, nu, irreconhecível, coberto de sangue e de feridas, morto com violência e dolorosamente". Foram seus "amigos" tuaregues que o mataram: por eles, Foucauld havia dado toda sua vida, tornando-se seu servidor.


Esse altivo povo nômade do Saara tinha-se tornado o "dono" da vida do irmão Charles: na sua pequena casa de um só quarto, eles entravam e saíam com a máxima liberdade e indiscrição. Era o amigo que podiam ir visitar a qualquer hora do dia e da noite. Haviam notado que, quando chamavam o padre, ele ia logo, sem fazê-los esperar. Ele tinha-se tornado realmente um homem "comido". Para ele não era só questão de praticar a hospitalidade, de prestar serviço ou de tratar um doente, expressões externas e, todavia, bem reais de seu amor: o dom de si mesmo, que ele fazia aos seus tuaregues, ia mais além.
Procurava penetrar nos segredos de sua língua, de suas tradições, dos costumes que são como o reflexo da alma de um povo. Passava a maior parte de seu tempo compondo uma gramática e um dicionário tamascec, recolhendo provérbios e poesias populares, não poupando nem tempo nem conversas. Até hoje, os habitantes do Hoggar (sul da Argélia) lembram que o "marabuto branco" falava sua língua melhor do que eles. Irmão Charles, de vez em quando, era oprimido por esta obra lingüística, sobretudo porque lhe impedia de dedicar-se ao trabalho manual, que ele considerava como a própria forma de sua vida de pobreza; todavia não duvidava que era seu primeiro dever. Para ele, era a maneira melhor para penetrar a alma dos indígenas, além de preparar os instrumentos de trabalho para os futuros missionários.


Gritar o Evangelho com a vida
A atração do deserto manifestou-se espontaneamente em Charles de Foucauld já antes da conversão, na medida em que sua alma se aproximava de Deus. Esta atração desenvolveu-se depois, seja pelo desejo de imitar Jesus, como para responder a uma necessidade de viver só com Deus, que se tornava nele sempre mais forte. Porém, não sentiu o chamado a retirar-se definitivamente no deserto, longe das relações humanas: esta opção não era motivada por um desejo de fugir dos homens.
Capela do eremitério de Foucauld
Todas as vezes que ele penetrava mais na imensidade do Saara, era para tomar contato com populações abandonadas. Umas vezes, o Irmão Charles procurava o contato com os homens, outras entrava pelo deserto adentro como em um lugar de encontro com seu Deus na contemplação. "Meu Senhor Jesus, como será pobre quem, amando-vos de todo coração, não poderá tolerar ser mais rico que seu Bem-amado! [...] Meu Senhor Jesus, como será pobre quem aliviará todas as misérias a seu alcance, pensando que tudo que se faz a um desses pequenos é feito a vós, e tudo que não se faz é negado a vós!".
Um dos ideais mais marcantes da espiritualidade de Charles de Foucauld é a pobreza, como elemento fundamental no seguimento de Jesus e como identificação, por amor, com os pobres: "ser da classe dos pobres, tratados e considerados como tais pelo mundo" (R. Voillaume). No deserto, ele encontrou o lugar do despojamento físico e espiritual, onde Deus o chamava à maior intimidade com ele e a experimentar a falta de tudo como maneira de compartilhar as situações de pobreza, insegurança, humilhação dos últimos da humanidade.


A pobreza, nesta luz, não era um fim, e sim um meio para sua identificação com seu Bem-amado, o centro e a paixão de todo seu ser: "Continuar em mim a vida de Jesus: pensar seus pensamentos, dizer suas palavras, fazer suas ações [...] que seja ele a viver em mim. Ser a imagem de Nosso Senhor na sua vida escondida: gritar, com minha vida, o Evangelho sobre os telhados. Vem: é preciso que a coragem iguale a vontade [...] É hora de amar a Deus. Procurar a Deus só". (Este texto deve muito a R.VOILLAUME, Au coeur des masses, Paris, Du Cerf 1969.)

Segue para o pequeno relato traduzido por mim de uma Fraternidade dos Irmãozinhos de Jesus no Chile..Boa Leitura!


Relato dos Irmãozinhos de Jesus (Benito – Santiago-Chile)

(A Fraternidade existe em Santiago desde 1951, fruto de um convite de Santo Alberto Hurtado ao Padre Voillaume. Está situada no norte da cidade, no distrito de Renca. Os três irmãozinhos ( Benito, Noel e Elias, que a compõem desde o princípio trabalharam na construção civil.Hoje, os três estão aposentados e além disso, estão acolhendo ao irmãozinho “peregrino”, Enrique ( Henry), atualmente muito debilitado de saúde.)
“Cada dia, nossa fraternidade busca seu rosto e o forja e o vive de forma inovadora; hoje, todavia, mais que há trinta anos, quando iniciamos neste bairro de Santiago.Naquela época, mais do que hoje, tínhamos um certo”marco”de referências objetivas, dos quais o aspecto mais comum vinha do nosso trabalho:este tinha e marcava com ritmos nossos dias.Mas, com a idade avançando cada dia, sem pedir permissão,Elias, Noel e eu, tivemos que deixá-lo pouco a pouco, não sem sentir, para nos organizarmos de outra maneira.Quanto a subsistência, felizmente, temos nossa pequena pensão que asseguramos dos nossos anos de trabalho. Isso tem a vantagem de não perdemos nosso meio social, com o qual guardamos vínculos de amizades forjados ao longo dos nossos anos “ativos”.
Mas, em meio desta transformação progressiva que nos impõe os anos acumulados, temos que voltar a criar cada dia o equilíbrio de nossas vidas, nossa doação a Deus, a causa D’Ele, nossa doação aos homens e mulheres. É mais delicado e temos que inventá-lo a cada dia. O Senhor também está vivo e presente, nos traz cada dia sinais aos quais temos de estar atentos. E assim, o sinal maior quem nos deu foi Enrique (Henry). Ao longo de seus anos de “peregrino”, várias vezes o acolhemos, com alegria, aqui no Chile, principalmente nos anos 80. Nesta época, uma vez caiu enfermo, enfermidade profissional de peregrino, já que se tratava de uma dor nos pés, mas se curou e voltou a partir. No início dos anos 90, se encontrava no Paraguai e uma sobrinha, que admira muito seu estilo de vida,tomou a decisão de acompanhá-lo na etapa de sua “aposentadoria” que já se aproximava.Um conjunto de circunstâncias levaram que se escolhesse o Chile para esta nova etapa de vida.E assim, desde 95, Enrique( Henry) e Helena( sua sobrinha) integraram nossa fraternidade.Mais do que ninguém, Elias e Noel, assumiram esta acolhida. Eu, nessa época, estava no Peru, onde em fevereiro de 98 tive uma hemorragia cerebral que me deixou com uma hemiplegia e, depois de vários meses de reeducação, volto pra cá em fevereiro de 99.
Desde então, Enrique e Helena fazem parte da fraternidade. Mas, Enrique se vê afetado da “maior pobreza” cada dia mais: está perdendo a memória e vive em seu universo próprio, bastante distante do universo das pessoas que o rodeia. Essa situação nos levou a organizar nossas forças, no sentido mais profundo da palavra: trata-se não só de organizar nossas disponibilidades para acompanhá-lo, dado que não pode ficar só em nenhum momento, como também de aprender a decifrar os sinais que nos dá o Senhor.
Qualquer um que olha a Enrique, logo se dá conta de sua necessidade de vários cuidados e atenções. Mas, se com isso, ficamos hipnotizados por estas necessidades e desenvolvemos uma atitude assistencialista, corremos o risco de deixar de lado o principal, acentuando sua dependência do outro, sem ajudá-lo a assumir-se, como vivemos normalmente. É um longo e difícil aprendizado para tentar encontrar qual a melhor maneira de ajudar ao outro a ser uma pessoa tão responsável, mesmo quando os recursos pessoais vão se declinando.Nossos próprios limites aparecem constantemente. Neste conjunto de questionamento, misturado às exigências constantes de atenção às verdadeiras necessidades de Enrique, sem possibilidade de um verdadeiro diálogo com ele, que faz com que seu acompanhamento seja esgotante para quem quer que seja; ainda assim, nos faz refletir a cada dia mais sobre a verdadeira dignidade da pessoa. Além de Helena, são principalmente, Noel e Elias quem assumem esta tarefa, central na caminhada de nossa fraternidade.
Este acompanhamento, como já dizia central em nossa Fraternidade é, no entanto, por suas exigências, muito exaustivo para qualquer um e finalmente para todos, assim como Helena também o sente. Isso a levou a buscar uma casa de repouso, onde acaba de conseguir por estes dias. Tanto ela como Enrique chegaram a convencer-se que tal solução podia ser mais oportuna e segura para os dois.
Por agora, Enrique parece acomodar-se bem a sua nova casa e o pessoal desta casa parece não desanimar-se pelo estado de enfermidade de Enrique. Felizmente, sua irascibilidade se expressa em maior parte em francês, o que tem certas vantagens. Esperamos que isso possa estabilizar-se com o tempo.Tanto Helena, como nós, mantemos contatos com Enrique, seja visitando em sua casa de repouso, seja convidando a vir a fraternidade com certa regularidade para partilhar algum almoço e um tempo com ele. Fica para nós o desafio de construir as modalidades concretas desta situação, que sejam viáveis para todos.
Finalmente nossa fraternidade, ainda vivendo a evolução de seus problemas próprios, busca também não perder sua razão de está presente aqui neste bairro, vivendo com e para a gente que nos rodeia, ficando atento aos seus problemas. Aqui encontramos outro sinal do Senhor: Depois de várias visitas, para nos conhecer um pouco, durante as vésperas de Pentecostes de 2005, nos tocou acolher em nosso meio, Rodolfo Botto, um jovem (33) de Quilpué, ao lado de Valparaíso, que tem esse desejo raro de consagra-se ao Senhor caminhando como pobre entre os pobres, com a ajuda da Fraternidade, no exemplo de Jesus de Nazaré.Viveu conosco pouco mais de dois anos, até agosto de 2007, trabalhando humildemente, segundo seu próprio desejo, em um asilo de idosos, como membro do serviço de manutenção. Mas, além dos serviços práticos que tem que assegurar, tantas salas ou espaços que tem que limpar ou organizar,etc, ou através destes serviços, logo esteve sensibilizado que seu serviço tinha que manter um ambiente humano onde cada idoso merece ser respeitado e, mais ainda, sentir-se amado e por isso,profundamente respeitado. Depois de experimentar ao longo destes dois anos, como em tal caminho poderia realizar efetivamente sua doação ao Senhor, foi fazer um tempo de noviciado com outros irmãos, na Bolívia, onde está atualmente muito feliz.
Aqui, sentimos com força como o nosso país está triste, padecendo fortemente da ausência de razões para viver, o que vem sendo feito elimina-se o valor da pessoa humana por si mesma. A única coisa que tem importância e valor é a rentabilidade econômica: esta tem sua importância,mas, ao constituir-se como única razão de viver, tira da vida humana a alegria, os sonhos e projetos, vistos e calculados unicamente segundo sua rentabilidade econômica. A vida das pessoas torna-se um tanto entediada. Uma vez mais estamos convidados a olhar a pessoa humana tal como Deus a olha, capaz de iniciativa, de amor e de aventura; e a testemunhá-lo em nosso cotidiano que não é especialmente marcado pela rentabilidade econômica.Nesta hora difícil do pais, temos que guardar a esperança que um dia novo se aproxima: é para o parto deste dia novo que temos que trabalhar: é um trabalho de sexta-feira santa. Não somos os donos do resultado, só sabemos, com certeza, que ele virá. Que o Espírito do Senhor lhes encha de uma esperança alegre e inquebrantável.

(Irmãozinho Benito)
(Tirado Revista “Boletín Semestral de los Hermanos de Jesus”- I Semestre/2008-Número -5)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Iniciando a prosa...


Olá gente este blog é um espaço coletivo da Fraternidade Leiga Charles de Foucauld e bem como para outros ramos pertecentes a espiritualidade do nosso grande Irmão Universal...Pretendemos divulgar através deste o nosso boletim publicado bimestralmente.Este boletim trata-se de um esforço de comunicação das fraternidades leigas espalhadas em várias partes do Brasil. E queremos inserir neste espaço também noticias sobre a família de Charles de Foucauld, afim de facilitar o diálogo entre os diferentes grupos desta rica espiritualidade, bem como disponibilizar informações a interessados e curiosos sobre esta espiritualidade.